sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Pedido de desculpas

Pessoal, venho pedir desculpas pela parada no blog. Passamos por alguns problemas e mudanças em nossas vidas, que nos fizeram não ter muito tempo para continuar com ele. Mas agora que já está tudo estabilizado, vamos voltar a postar! Ainda esse final de semana aguardem por mais capítulos de nossas historietas!
Kisses!!

sábado, 8 de novembro de 2008

Whiskey & Chocolate

Capítulo 1 - Dividendos

Acho que já eram meados de Novembro. É devia ser. E se não for exatamente isso, problema. Eu não me atenho muito à datas, percebe? Pois bem... como qualquer terceiranista comum, à esta altura do ano, eu já estava parecendo com qualquer coisa que se assemelhasse à um brinquedinho nervoso movido à pilhas, de tão supersaturada que eu estava em relação à escola. Parece que quanto mais perto do fim se chega, mais impaciente se fica. E oi, dá licença, eu não sou exceção à regra, certo?! Pra falar a verdade, eu andava desesperada para explodir o colégio ou coisa do tipo, sabe? Me irritava com qualquer coisa relacionada ao lugar. Digo, quase qualquer coisa. Porque havia uma certa aula em particular que parecia amansar o meu já usual humor ácido.
Pois é, aula de Geografia Humana com o melhor professor que eu já vira na vida. Na verdade, eu estava cagando e andando, literalmente, para o resto das aulas, mas a dele era diferente. Não que eu estivesse dando uma de porra louca, afinal, o vestibular estava batendo insistentemente na minha porta. É só que eu não aguentava mais nada. Mas quando chegava aquela aula... ah... tudo se iluminava.
Eu não lembro bem de todos os detalhes dessa aula, nem que dia era, nem porra nenhuma. Não lembro o assunto dado, nem quem estava ali ou deixava de estar, muito menos se eu prestei atenção à alguma coisa. Na verdade, não tem muita importância. Acho que a única coisa que consigo me lembrar daquele dia foram dois diálogos com o dito professor, um antes do início da aula e outro depois. E foi mais ou menos assim...

Eu estava, como sempre no curto espaço de tempo da troca de professores, no corredor (único, diga-se de passagem. Todo o resto é uma extensão dessa desgraça de corredor) daquele prédio infeliz reservado exclusivamente para os terceiros anos da escola. Encontava-me sentada no banquinho azul ao lado da porta da sala, conversando com as garotas, esperando a chegada do próximo professor. Na verdade, permitam-me ser sincera, eu me encontrava largada no dito banquinho
, deixando que o tédio me dominasse completamente e revirando eventualmente os olhos pelo teto enquanto escutava as histórias mirabolantes de uma colega. Foi quando Ju me lançou um olhar realmente significativo e sussurrou entre dentes:
-Nic, lá vem Ferrero...
Eu, instintivamente, olhei para a única direção pela qual ele poderia estar vindo. Juro, não foi de propósito. Eu sei que dava pra ter sido mais discreta e tudo o mais, só que não deu pra evitar... foi mais forte que eu, sabe? Não que Ju não fosse me repreender, claro. Acho que alguém lá em cima me mandou ela pra substituir meu juízo e meu bom senso, que vieram com defeito de fábrica.
-Ô, demente, disfarça!
Pois é, eu mereci. A única resposta que consegui dar foi um olhar azedo de 'qual é, doido?'. E não precisa me dizer, eu tenho plena consciência de que sou abusada. E isso é porque vocês ainda não viram o tamanho do meu sarcasmo, ok?
De qualquer forma, o pseudo-conflito (porque eu e Ju já estamos acostumadas uma com a outra, e conflitos reais não existem entre nós. A hostilidade é apenas um detalhe insignificante, certo?!) se dissipou naquele segundo, porque Ferrero agora já estava a poucos passos de onde nós estávamos. Como meninas educadas que nós somos, todas nós (quem sabe quantas éramos? Eu não...) viramos para a criatura que vinha vindo e sorrimos, cumprimentando-o em coro:
-Bom dia, professor!
E ele, para meu deleite, sorriu de volta e nos respondeu. E não, eu não vou colocar aqui o que ele respondeu. Foi um simples bom dia, sabe? Então pulemos logo para o restante da coisa toda. As meninas se levantaram e entraram na sala, enquanto eu continuava lá fora. Ele, sabe-se lá Deus porque, também ficou lá fora, falando qualquer coisa boba comigo. Eu, que nunca fui boba, dei um sorriso no melhor estilo 'comercial de pasta de dentes' para ele e perguntei a ele onde estava o meu presente.
Bom, só a título de informação, em algum ponto deste ano ou do anterior, a criatura viajara para a amazônia, e tinha voltado com uma pulseirinha de sementes que me chamou a atenção. Eu fiz questão de dizer que a pulseira era linda, já na intenção de dar o ganho nela, claro. Afinal, eu não tenho cara de besta, certo?! E quer saber? Funcionou. Porque ele prometeu que até o fim do ano, ele me dava a pulseira.
Quando eu perguntei pelo presente, ele sorriu.
-Tá guardado, menina. Daqui pra o fim do ano, você vai ter uma surpresa.
Lencei-lhe um olhar levemente irônico e franzi o cenho. Digamos que eu não goste de enrolação, ponto.
-Ah, é? Quero só ver... promessa é dívida... lembre-se disso...
E simplesmente entrei na sala, parando apenas ao chegar na porta para virar para trás e olhá-lo, encontrando-o a me mirar, um misto de diversão e mistério no rosto. Sorri com o canto dos lábios, como é bem típico meu, e entrei na sala, indo ocupar meu lugar junto à Ju. Ela não falou nada. Apenas riu-se baixinho e maneou negativamente a cabeça, como quem diz que eu não tinha jeito.

O restante da aula se passou de uma forma que eu não saberia narrar. Digo, eu já deixei claro que não me recordo de nada mais que aconteceu naquele dia, exceto os diálogos. Sendo assim, deixemos essa parte chata de lado (apesar de que as aulas dele eram -e ainda são- perfeitas) e pulemos logo para o segundo diálogo.

Assim que a aula acabou, os alunos saíram da sala de aula numa maré de cabecinhas desesperadas, como uma manada que foge do predador. Eu, claro, continuei quietinha no meu lugar, me fazendo de boba, fingindo estar resolvendo umas questões. Ferrero agora arrumava suas coisas, e continuou assim até que os alunos retardatários saíssem da sala, para então se aproximar de mim. Eu, claro, continuei na minha encenação de boa menina, e não tirei os olhos das questões contidas na ficha de exercícios.
-Menina, menina...
Ele sempre teve mania de me chamar de menina, algo que sempre gostei. Olhei para ele.
-Oi, oi...
Sorri daquele jeitinho que só eu sei sorrir, modéstia à parte. Meus olhos travessos se fixaram nos dele. Ficamos calados durante uma fração de segundos. Eu, então, quebrei o silêncio e voltei meus olhos de gato mais uma vez para a ficha.
-Quero saber é do meu presente...
Ele riu, claro.
-Você vai ganhar. Não se preocupe.
Olhei-o de relance. Agora, largava de vez a ficha e me levantava, fazendo de conta que já tinha terminado as questões. Sorri de leve e dei de ombros.
-Eu sei. Você não é nem doido de não pagar sua dívida...
Ele retribuiu o sorriso e se aproximou.
-Sou não. Pode deixar.
Segurou minha mão, me deu um abraço e saiu. Eu fiquei apenas olhando-o se afastar a passos despreocupados, um esboço de sorriso malicioso pintado nos meus lábios. Aquilo não era o começo da história, muito menos seria o fim. É apenas a parte onde as coisas mudam drasticamente. Porque eu havia decidido que ia me mexer, depois de três longos anos de amor platônico.

Apesar da mudança nos nomes dos personagens e de algumas leves mudanças nos fatos, culpa do efeito do tempo na memória, a história aqui registrada é real, e ainda acontece com Nicole Baudelaire.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

O zênite ou o nadir.

Capítulo 2Um novo sentido para as aulas de quinta-feira!


Após aquele olhar 49 e meio, fiz um questionário intenso com Ana e com Maria. Ana o conhecia há um ano, Maria há mais ou menos quatro. Infelizmente não ouvi coisas muito boas: “Ai Fê! Ele é um galinha!!” “Ele é um safado!!” e muitas outras coisitas do tipo. Que eu me lembre, a única coisa boa que, realmente, ouvi foi: “A aula dele é A MELHOR!” Ah! Ana disse: “Ele é legal...” ¬¬

Porém, mesmo com os possíveis defeitos resolvi descobrir pessoalmente. Primeiro arrumei um jeito de ter aula com ele, já que minha turma tinha outro professor, mas isso foi o mais simples já que Ana era da turma onde ele tinha aula.

A primeira aula que assisti foi simplesmente, APAIXONANTE. Desde então, todas as quintas lá estava eu. Atenciosa, curiosa, sempre tinha dúvidas, e sempre estava por perto. Ana me ajudou muito, já que eles se conheciam. Como ele sempre chegava cedo, nós três ficávamos conversando.

Incrivelmente, menos de um mês depois quando fui tirar uma de minhas dúvidas, tentando disputar um pouco de atenção em meio ao fã-clube, ele foi respondendo todo mundo e me deixando por última. Mesmo assim quando ele foi me explicar ainda tinha um monte de gente na sala. Ele colocou o braço sobre meus ombros, me explicou e quando tentei sair, ele me segurou e disse no meu ouvido:

-Vá não. Fique aqui comigo...
-Você pedindo eu fico.

Continuei lá, ao lado dele. Todo mundo foi saindo, Maria me olhava com uma cara de desespero que eu não conseguia compreender. Ela balbuciava coisas que eu não entendia, e saíram ela e a Ana cochichando e olhando pra mim.

Enfim, saíram quase todos, ficou na sala eu, ele e William que estava com incessantes perguntas. Acabamos os três indo em direção a porta. William na frente e nós dois, ainda abraçados, atrás. Ricardo começou a diminuir o passo e eu não entendia o porquê.

(Sim! Eu não entendia o porquê. Acho que todo mundo que está lendo, entendeu toda a história, desde que ele disse “Vá não. Fique aqui comigo.”. Mas, eu não. Explico o motivo de minha demência no terceiro capítulo.)

William saiu. Nós também.
No meio do caminho ele parou, digamos que em um lugar reservado e disse:

-Tchau Fernanda, bom final de semana.

Virei com toda demência e fui lhe dar dois beijinhos de despedida.

-Tchau Ricardo, pra você também.

E no caminho do segundo beijinho...

Ele me beijou.
Deus ele me beijou.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

O Plano B

Capítulo 2 - Canção dos Olhos

A semana corria lenta, como numa espécie de tortura. Quando chegavam as sextas, as aulas anteriores às dele pareciam não terminar nunca. Apesar de minha ansiedade, não havia acontecido nada demais, apenas conversas tolas, o mesmo tipo de conversas que ele tinha com todo mundo. Acho que foi em meados de março que ele me notou de verdade.
Estávamos eu e a mari conversando quando ele chegou, puxou uma cadeira e sentrou na nossa frente.

- Bom dia meninas!

Ai, aquele sorrisinho de cafa me matava...

- Bom dia professor!
- Podem me chamar de Chico...
- Hê! Bom dia, Chico!

Nesse meio tempo, alguém apareceu com uma dúvida, a mari foi ao banheiro e eu voltei minhas atenções para o livro que eu estava lendo.

- O que você tá lendo?
- Laranja Mecânica...
- Ah, esse livro é muito bom, assim como o filme. Mas o livro é melhor, é um universo diferente.
- É, e de certa forma a linguagem que ele cria também é mais legal no livro!
- Pois é! Mas agora eu vou começar a escrever no quadro...

Mari se sentou e começamos a copiar e cantar Maria Rita. Ele virou pra trás e me disse:

- Moça linda, você pode me fazer um favor?
- Desculpa Chico, a gente vai parar de cantar...
- Não, não é isso, eu tava até gostando! Eu queria que você fosse na coordenação pegar um piloto novo, porque esse tá falhando. Diga que o professor Chico pediu pra você levar um piloto de homem pra ele.
- Ah tá...Vou sim!
- Será que você podia também encher minha garrafa de água?
- Sem problemas!
- Obrigada minha linda!

Quando eu voltei pra sala, todos viraram para mim, o que era natural. O que não era natural eram as expressões de cíumes das meninas e o sorriso de "safadinhaaa" com que os meninos me olhavam. Gente, eu só fui pegar uma água e um piloto! Mas aí, quando eu me sentei ( depois de ter recebido um lindo sorriso como agradecimento ) a mari me olhou e começou a rir.

- Qual foi Mariana?
- Ah minha filha, você perdeu a quantidade de coisas que ele falou sobre você!
- A - I - M - E - U - D - E - U - S - D - O - C - É - U! Que foi que ele disse???
- Muahahaha!
- Fala logo mulher de deus!
- Ele disse: Adoro mulheres assim. Belas, inteligentes e prestativas. E mais um monte de coisas que agora eu não lembro mais.
- Ai, morri!
- Huhuhu! É amiga, acho que tu ganhou essa! Olha só, agora mesmo ele tá te olhando!

E quando eu virei o vi. Realmente, lá estava ele, encostado na parede do outro lado da sala e me lançando AQUELE olhar. Dei um sorriso, e quando ele correspondeu com aquela risadinha cafajeste, não pude evitar de corar. Deus, eu ainda enlouqueceria por causa daquela risada.

O Plano B é uma história que acontece com Bia Carmelli

sábado, 1 de novembro de 2008

O zênite ou o nadir.

Capítulo 1Lá vem, lá vem, lá vem de novo.


Estávamos no pátio, eu e a Ana, conversando lorota quando o portão abriu. Automaticamente, viramos para olhar. Ana, logo, tornou a conversa, e quanto a mim, continuei a acompanhar aquelas costas vestidas de camisa branca, indo à secretaria.

-Fernanda?
-Ai!Desculpa. Quem será aquele?
-O que acabou de entrar?
-Sim...
-Ah! É Ricardo... O professor de português.

Naquele segundo, me lembrei dos 5 anos que tinham passado e pensei: “De novo... que saco! Só pode ser sina...” Mas, como a impulsividade mora comigo...

-O conheces é?
-Ah! Ele é amigo dos meninos, ficava conversando com a gente depois da aula.
-Hmm... me apresenta!

Não pensei em dizer isso. Ok! Ok! Eu pensei, mas, não imaginei que ela levaria a sério...

-Vamos lá! Eu te apresento.

Lá estava eu, entrando na secretaria, sem nenhuma perspectiva além daqueles meus últimos 5 anos.

- P-R-O-F-E-S-S-O-R!
-Ora, oras... Ana! Como vai?
-Vou bem, professor! Essa aqui é Fernanda!

Nem sei como descrever...
Ai! Um olhar 49 e meio indescritível, pegou nos meus cabelos, e disse:

-Oi, Fernanda! Seja bem-vinda...


Só não podia imaginar que seria tão bem-vinda assim.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

O Plano B

Capítulo 1 - The first time I saw you


Lembro bem da primeira vez em que te vi. Assim que entrou na sala de aula, eu não lhe dei muita atenção, só achei que ele era estranho. Afinal de contas, era incomum um homem relativamente baixo usar uma camisa que lhe batesse nos joelhos. Comentei com a minha amiga, rimos. Até que ele começou a falar. Era um discurso relativamente tolo, coisa que ele devia falar em todas as salas de aula, sobre como o ser humano é descartável e a sociedade consumista e blábláblá. Mas o modo como ele falava... Ah, naquele momento, começara a paixão. Enquanto o olhava, admirada, senti a mão de Mariana em meu braço.

- Puta que o pariu, puta que o pariu, puta que o pariu...
- Eu sei, eu sei, eu sei...

E foi assim que começou. A partir daquela sexta-feira, as duas se sentavam na primeira fila. A partir daquela sexta-feira, começava uma aventura.

O Plano B é uma história que acontece com Bia Carmelli

domingo, 26 de outubro de 2008

Alusão a alusão a Drummond

Aqui seremos poetas de amores ingratos ou não,
cantaremos músicas todos os dias.
Daremos ênfase a paixões sem lógicas (pra você),
talvez façamos alusões a amores vulgares.
nós gastaremos nosso tempo com sentimentos...

Fernanda Caeiro